07/03 Símbolo da noite de SP, Lov.e vai fechar após 10 anos

Lov.e encerra as atividades em março.

O clube noturno Lov.e, inaugurado em 1998, é um dos mais tradicionais pontos de referência para os descolados da capital paulista. A casa, que dedica sua programação ao drum’n’bass e à música eletrônica, fechará as portas em março.

Primando sempre pela qualidade em sua programação, a casa já contou com nomes como os Djs Paula, Pil Marques, Mau Mau, Renato Cohen, Pet Duo e Marky. Para a despedida, o Lov.e está programando uma festa com a presença de diversos DJ’s.

Flávia Ceccato, proprietária do Lov.e, pretende abrir outra casa ainda este ano e, embora ainda não tenha divulgado informações sobre o endereço, acredita-se que o novo clube será no centro da cidade.

Os motivos para o fechamento são vários. Primeiramente, o mais óbvio. "Uma hora a idéia cansa", conta Flávia. "O público já não aparece com a mesma freqüência, era sinal de esgotamento. Não é caso de só mudar a decoração e pronto, não ia dar certo. E a Vila Olímpia ficou muito ?over?, chata. Quando abrimos, só existia o Florestta, não tinha esse trânsito infernal." Outro motivo foi uma briga que aconteceu dentro da danceteria em dezembro de 2006 - dois rapazes discutiram e um deles estava armado. Um garoto de 19 anos ficou ferido. "Eu fiquei muito mal. Fomos acusados de negligência, nos criticaram em tudo que era lugar... Desde aquilo penso que a Lov.e terminou."

SORTE E SUCESSO

O fim da Lov.e também serve quase como um prego no caixão da baladeira da Vila Olímpia. Se há quatro anos havia cerca de 3 mil estabelecimentos do bairro cadastrados na Prefeitura, entre lojas, bares, restaurantes e points de balada, hoje eles não passam de mil. Atualmente, as únicas casas noturnas de grande porte que ainda fazem muito sucesso são aquelas que ficam na região central (como a Royal, o Clube Glória ou o Vegas) ou na zona oeste (a D-Edge, na Barra Funda, e a Pacha, que fica na Vila Leopoldina).

"Dez anos de funcionamento de fato é símbolo de muita sorte e sucesso", diz Johnny Luxo, DJ e figura já lendária da noite de São Paulo. "Fui muito lá no começo. Era superanimado, com uma iluminação e decoração supercolorida, ainda mais comparando com casas escuras e ?deprês? que existiam na cidade. Mas a vida útil de uma casa é curta mesmo, não tem jeito. Pena que não há hoje novas casas com a mesma criatividade."